Produtores ou consumidores?

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Por que os jovens estudantes de comunicação produzem pouco ou nenhum conteúdo?

A geração Z, do “não tenho tempo” e do “deixo para depois”, está finalmente chegando ao mercado de trabalho. Adentrando campos universitários, os jovens enfrentam as decisões profissionais que vão afetar diretamente sua vida e, por agirem de tal forma, acabam perdendo o foco. Atualmente, um quarto dessa geração encontra-se desempregada e é a que mais tem visto crescer suas taxas de desemprego.

Essa é uma situação que se torna palpável na área da comunicação; os diversos estudantes de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Rádio e TV tem agora o desafio de tornar-se parte da mídia, compor um grupo contrário ao que estão preparados a pertencer. Os mais novos universitários, que estão acostumados a consumir informação de forma pronta, sofrem para serem emissores e produtores de conteúdo.

Entre tantos paradigmas da sociedade moderna, encaixa-se o da internet. A internet deu voz a todos, abandonando o molde restrito que separa produtores e consumidores e adquirindo a característica de interação de igual para igual, e, como consequência adversa, surgiram diversos meios para falar o que quer e alcançar um maior número de pessoas, como Youtube, Medium e as próprias redes sociais. O grupo de jovens, nativos digitais, depara-se portanto com um dilema de diferentes faces: como produzir conteúdo fora da zona de conforto, como destacar-se em meio a tantas outras vozes e como driblar os questionamentos alheios.

Em uma pesquisa na Faculdade Cásper Líbero, os estudantes demonstraram pouco interesse pela produção de conteúdo, apenas 15% deles produz vídeos para o Youtube e 8% nem sequer tem conta na rede. Esses fatores põem em questionamento os princípios de Henry Jenkins e os conhecimentos sobre gerações XYZ. A princípio, esses conceitos propõem um engajamento da geração atual com o advento do meio digital da modernidade e com a cultura da convergência, na qual os meios convergem a fim de um fluxo melhor de informação, mas os dados provam o contrário. A geração Z acaba sendo a mais fechada de todas, na qual cada um está sempre fechado em seu mundo e isolado através de fones de ouvido, evitando contato social com aparatos tecnológicos. São os que escutam pouco e falam menos ainda e podem ser definidos pelos outros como a geração que tende ao egocentrismo, preocupando-se somente consigo mesmo na maioria das vezes. Por que isso acontece?

Atrás de respostas para compreender como lidam com todo esse quadro, entrevistamos alguns jovens casperianos para saber o que pensam. Reproduzindo o formato de um vlog, andamos pelos corredores e perguntamos como é ter a responsabilidade de ser comunicador em suas mãos e como é ser – ou tentar ser – adulto.

 

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